18/09/2018 - O risco da automatização do emprego é muito superior nalgumas regiões do que noutras dentro dos países, o que significa que os governos têm de abordar nos próximos anos qualquer alargamento da desigualdade do emprego entre uma área e outra, segundo um novo relatório da OCDE.
O relatório Job Creation and Local Economic Development 2018: Preparing for the Future of Work (Criação de emprego e desenvolvimento económico local 2018: preparar para o futuro do trabalho) conclui que a variação geográfica do risco de automatização do emprego é extraordinariamente elevada nos 21 países para os quais existem dados disponíveis. A quota de empregos em risco elevado aproxima-se dos 40% nalgumas regiões (por ex. na Eslováquia Ocidental) e é tão baixo quanto de 4% noutras (por ex. a região à volta da capital norueguesa, Oslo).
A análise anterior da OCDE estimou que cerca de 14% dos empregos em toda a área da OCDE, no seu conjunto, estão em risco de automatização, ao passo que é provável que outros 32% passem por alterações significativas.
Dentro dos países, a quota de empregos em risco elevado de automatização varia, sendo a maior em Espanha, com 12 pontos percentuais entre as regiões com o risco mais elevado e o mais baixo. É igualmente elevada na República Eslovaca, na República Checa e em França. A variação, que reflete em parte o facto de os setores e os empregos mais suscetíveis à automatização não estarem uniformemente distribuídos pelos países, é a menor no Canadá com apenas 1 ponto percentual de diferença entre as regiões com o risco mais elevado e o mais baixo. A Áustria e Itália apresentam também disparidades muito menores do que a média.
“A inovação tecnológica, como a automatização, pode impulsionar o crescimento da produtividade, gerar novos empregos e contribuir para melhores padrões de vida. Mas temos de precaver qualquer aumento das disparidades regionais relativas à qualidade do trabalho e ao emprego”, afirmou o Secretário-Geral da OCDE, Angel Gurría. “A nossa orientação deve ser para a melhoria das competências e da eficiência das empresas em todas as regiões.”
Colocando a automatização de lado, a Criação de Emprego e Desenvolvimento Económico Local 2018 regista diferenças acentuadas no acesso a emprego de qualidade entre as diferentes regiões dos países da OCDE. As disparidades regionais aumentaram em termos do número e da qualidade dos novos empregos criados, do desemprego e do sucesso escolar. Mais de metade de todas as regiões assistiu a um declínio da população em idade ativa entre 2010 e 2016. As cidades e vilas continuam a atrair os jovens trabalhadores com qualificações em detrimento das áreas rurais.
A quota de pessoas com trabalho temporário e a tempo parcial também varia consideravelmente entre regiões do mesmo país. Em países como França, Bélgica, Hungria, Itália, Espanha ou Grécia, a disparidade ultrapassa os 10 pontos percentuais. Na região francesa de Auvergne, por exemplo, a quota de emprego atípico era de 33,6% do emprego total em 2016, ao passo que na região de Île-de-France, que inclui Paris, a quota era de apenas 21,7%.
Encorajadoramente, o relatório conclui que 60% das regiões nos 21 países avaliados criaram mais empregos com um baixo risco de automatização desde 2011 do que o número de empregos extintos em setores de elevado risco de automatização. As regiões com uma menor quota de empregos em risco de automatização tendem a ser muito urbanizadas, com trabalhadores altamente qualificados e um setor de serviços transacionáveis forte.
O relatório insta a maiores esforços no sentido de aumentar as competências da força de trabalho, em particular, nas áreas rurais, e a melhorar a eficiência das empresas a nível regional e urbano, de modo a poderem reduzir a quota de trabalhadores que realizam tarefas de rotina que apresentam um maior risco de automatização.
Tanto os governos centrais como as autoridades locais terão de gerir a necessidade de permitir a automatização para impulsionar a produtividade com a necessidade de gerir a consequente extinção de postos de trabalho, em particular em regiões que já apresentam um baixo crescimento de produtividade e um desemprego elevado.
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